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Desabafo de uma aspirante à empreendedora

Eu caí.

Abri meu CNPJ, consegui com muito custo a inscrição municipal (porque não sabia fazer e fiquei dando várias voltas até achar uma contadora que me auxiliou – ela fez o tutorial e está aqui no blog). Tinha vários planos, sonhos, elaborei uma estratégia pra sair do emprego que estou há 9 anos, tinha clientes engatilhados, fiz um plano financeiro pra não passar sufoco e caí. Em algum momento, eu ainda não consigo enxergar qual, eu desisti. Abri mão, deixei correr solto. Eu consegui um monte de desculpas (muitas delas reais – como a maternidade e a sobrecarga), e eu não fiz o que TINHA que fazer pra seguir. Eu optei pelo caminho do que eu “queria” fazer.

Até que li uma frase “meninas fazem o que quer, mulheres fazem o que tem que fazer”. Eu senti raiva quando li, e agora comecei a entender que é pra esse lugar que preciso olhar. Eu preciso fazer o que TENHO QUE e não só o que eu QUERO. Talvez por isso o lugar de assalariada seja ta confortável, não é mesmo? Não estou falando que não seja trabalho duro, difícil, não estou desmerecendo, muito pelo contrário..só estou dizendo que nesse lugar é possível fazer o que QUERO em alguns momentos. Posso ficar doente e faltar, posso cuidar do meu filho e delegar, posso viver meu luto e não trabalhar em alta performance por um tempo. Porque nesse lugar existe alguém para me substituir, nesse lugar existe alguém que me direciona e que me manda fazer.

No lugar da empreendedora não! No lugar da empreendedora eu preciso estabelecer e cumprir minhas próprias tarefas, não existe um chefe que vai delegar, distribuir, não tem pra quem reclamar da carga, não existe distribuição de trabalho. E, pra isso, depois de uma terapia de 5 horas, eu descobri que preciso de uma coisa que só eu posso fazer por mim: CRESCER e assumir o meu lugar de adulta. Ou seja, chegamos ao cerne da questão. Porque eu me irritei com a frase sobre a diferença entre meninas e mulheres? Porque pra empreender eu preciso ser uma mulher de verdade e assumir as responsas que vem com a vida adulta.

Eu continuo me sentindo sem poder de ação, foi impactante demais ouvir que não consigo escrever ou reagir por hábito. Mas, aos poucos, com atitudes assertivas e com uma longa lista de “TENHO QUE” acredito que vou me reerguer.

Conversando com a Romária, aqui da IVI, ela me disse uma coisa fundamental: divida o processo, estamos em comunidade. E foi isso que vim fazer com esse texto. Eu estou aqui, com meu coração empreendedor aberto e cheio de vontade de saber: já passaram por momentos em que sentiram que tinham que dar um passo pra trás pra conseguir seguir em frente? O que você fazem nesses momentos? A quem recorrem? Como conseguem reorganizar a vida quando tudo parece estar fora de lugar? Por onde a gente recomeça?

Alice Valério

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