Quem lê essa notícia e nunca se arriscou a clicar em “Quero ser MEI” nem imagina o desafio que tem por trás dela. É inspirador começar a jornada ouvindo mulheres como Luiza Helena Trajano e Sônia Hess, mas quando acontece a decisão de empreender legalmente o buraco é mais embaixo, é necessário que tenhamos muito mais que inspiração, precisamos de disciplina, dedicação e uma persistência que quase se confunde com teimosia.
Em alguns momentos nos pegamos pensando se é tudo uma pegadinha do malandro ou se realmente é difícil assim para todo mundo.
Vamos dividir as etapas para que mais ninguém tenha que passar por isso sozinha.
1. A Decisão
Vai ser MEI? Ótimo, Estamos juntas!
Você vai acessar o portal gov.br (https://www.gov.br/pt-br), criar seu login e clicar e QUERO SER MEI. A dica aqui é pra que você já crie um grupo com você mesma no whatsapp e envie sua senha de acesso do Portal porque ela é cheia de caracteres obrigatórios (daquelas que a gente nunca lembra, sabe?). Também é interessante deixar o login salvo, mas isso só pode acontecer se estiver conectada por um dispositivo, notebook ou computador exclusivamente seu.
2. Travei no CNAE
Sim, mulherada! Quantas de nós já não travou na hora H, não é mesmo? Travar no CNAE é de praxe. Antes de selecionar sua atividade principal pode dar uma vasculhada nas possibilidades de CNAE, o site oficial do IBGE é o mais indicado para essa pesquisa (https://concla.ibge.gov.br/busca-online-cnae.html?view=estrutura). Aqui vale um cuidado especial com os sites de contadores que liberam metade das informações e prometem entregar o restante mediante uma taxa: não precisa disso! Temos recursos gratuitos para pesquisar o CNAE e, caso você sinta dificuldade, pode procurar a Sala do Empreendedor ou o Sebrae da sua cidade.
O que acredito ser mais interessante nesse momento é entender que temos a atividade chave e podemos atrelar a ela mais 15 subclasses. Ou seja, muitas vezes não vamos encontrar exatamente o serviço que prestamos em sua totalidade, mas vamos complementando essa atividade chave com os CNAEs que são inseridos no ramo de atividades. Vou dar um exemplo: presto serviço de comunicação de modo geral, não encontrei essa atividade chave, mas encontrei vários serviços da minha área que costumo oferecer, como por exemplos diagramações, produção de eventos, etc.
Sabe o que é mais legal? Para definir isso você vai se fazer várias perguntas sobre seu negócio. Vai entender mais sobre muitas áreas de atuação que ainda não tinha pensado que poderia explorar. Aqui, outra dica importante, é fazer o processo com calma. Qual modelo de negócio você está usando como base? Pegue esse modelo de negócio, rabisque os CNAEs possíveis dentro desse modelo, pense em frentes de parcerias, custos, lucro que você pode ter olhando para outros lugares que não tinha pensado em explorar.
3. O gostinho de ter um CNPJ
Explorar seus possíveis CNAEs é uma tarefa que leva mais de um dia, só que assim que você termina-la você vai ter em mãos o seu CNPJ. Imagina? Ahhiii, imagina ter em mãos o documento que oficializa você como uma pessoa jurídica? DEMAIS, né?
Depois de tanto pensar, planejar, sonhar. Depois de tudo o que você ponderou pra clicar em “Quero ser MEI” você vai poder ter sua conta PJ e distribuir por aí seus serviços sem medo de ser feliz. A sensação é de responsabilidade mas, com certeza, o sabor é de “só depende de mim”. A gente oscila, claro! Dá medo depender só de nós, mas ao mesmo tempo a liberdade nos faz virar uma chave importante na jornada empreendedora.
A parte assustadora é que você vai precisar querer muito alcançar seus objetivos porque tem muita coisa difícil, fazer a gestão, pensar nos recursos humanos e materiais, planejamento financeiro, missão, visão, valores. Empreender é trabalhar 24 horas por dia, 7 dias por semana. Talvez, no começo, você tenha que aceitar parcerias, entender que nem sempre vai receber benefícios em dinheiro. Talvez você desanime quando parecer que algumas pessoas não acreditam no seu negócio ou quando entender que suas prioridades mudaram e que ninguém se importa tanto assim com isso. É indispensável que você saiba que não são só flores, entende? Vão ter dias e momentos difíceis sim.
Mas ter um CNPJ é ter em nós a potência do movimento que sempre quisemos ver acontecendo nas empresas pelas quais passamos. Você é uma marca, Mulher! Está entendendo isso? É você que diz os rumos que essa empresa vai trilhar, é você que faz acontecer, é você que emprega, que gera, que realiza. Dá medo, mas vai com medo mesmo.
4. Ajuda profissional
A gente já aprendeu que terapia é importante, certo? Certo!
Agora a gente vai aprender que para empreender também podemos contar com ajuda profissional.
Então, se está aqui na iVi está no caminho certo. A iVitrinas é uma rede de apoio, aqui você poderá divulgar seu trabalho gratuitamente, buscar por produtos e serviços oferecidos por mulheres para mulheres além de ter acesso a conteúdos sobre empreendedorismo, feitos especialmente para você que tem o próprio negócio ou sonha em começar a própria empresa.
O Sebrae também faz parte da rede de apoio de qualquer empreendedor, pequeno, médio ou grande. Cadastrando o CNPJ no site do Sebrae é possível ter acesso a muitos cursos e ferramentas de planejamento. Mulherada, planejamento é tudo nessa vida. Se você quer abrir uma MEI sem se planejar existe um risco muito grande dela não existir mais daqui 2 anos. Não é esse o plano, né?
Ahh, você já abriu uma MEI, não se planejou e agora tá passando uns perrengues que não sabe resolver?
Depois de pesquisar os conteúdos da iVi você pode acessar o site do Sebrae e se cadastrar para ter acesso as ferramentas e cursos online e presencias.
Outra opção são as Salas do Empreendedor, que são locais de atendimento das Prefeituras Municipais que facilitam os processos de abertura de empresas, regularização e baixa; bem como serviços exclusivos aos Microempreendedores Individuais. Por lá você encontra orientações importantes para a caminhada.
- Site iViti: www.ivitrinas.com.br
- Site do sebrae: www.sebrae.com.br
- Para encontrar a sala do empreendedor da sua cidade é só digitar “sala do empreendedor” no google, ele te apresenta a mais próxima de você.
5. Já fiz tudo isso. E agora?
Para pouco e documenta todo esse processo. Vale tudo, vídeo, foto com o número do CNPJ na mão, áudio para aquele grupo que criou com você mesma, um textão. Mas precisamos documentar e comemorar nossas conquistas, essa é uma regra para as empreendedoras de sucesso.
Pronto? Agora manda pra gente esse registro por e-mail (contato@ivitrinas.com.br).
Ok, agora voltamos. Planeta Terra chamando! Toda Microempreendedora Individual precisa pagar mensalmente o Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS). A gente pode gerar o boleto pelo site ou pelo aplicativo, os dois formatos são disponibilizados pelo Governo Federal.
- Nome do Aplicativo para IOS e Android: MEI (simples assim, só MEI, é um aplicativo da Receita Federal.
Essa é a carinha dele:
- Clique aqui para ter acesso ao passo a passo da emissão do DAS
6. Já posso desistir?
Não! Existem benefícios em ser MEI.
- CNPJ, dispensa de alvará e licença para suas atividades;
- Pode vender para o governo;
- Tem acesso a produtos e serviços bancários como crédito;
- Baixo custo mensal de tributos (INSS, ISS e ICMS) em valores fixos;
- Pode emitir nota fiscal (aqui vale uma atenção especial para a necessidade de emitir a Inscrição Municipal. Isso pode ser feito via Sala do Empreendedor e pelo site da Prefeitura de Taubaté temos acesso nesse link: https://taubate.sp.gov.br/novo/secretarias/passo-passo-servicos-online/)
- Direitos e benefícios previdenciários: aposentadoria por idade, aposentadoria por invalidez, auxílio doença, salário maternidade e pensão por morte (para a família);
Além de tudo isso você pode fazer parte da nossa comunidade empreendedora aqui na iVitrinas, um lugar para dividirmos nossas dores e multiplicarmos nossas conquistas!
Vamos juntas?